segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Hobbit - A Desolação de Smaug

Depois do que pareceu ser uma eternidade, eis que finalmente a segunda parte da nova trilogia de Peter Jackson, inspirada no livro de J.R.R Tolkien, chega aos cinemas. Mais dinâmico, sombrio e melhor em termos gerais do que o seu antecessor, O Hobbit - A Desolação de Smaug veio para agradar aos maiores fâs de O Senhor dos Anéis e encher os olhos de todos os espectadores, apesar de alguns problemas recorrentes no longa-metragem. 



















A grande polêmica (mimimi) que ronda a produção é a sua divisão em partes. A princípio, seriam feitos dois filmes, mas com o desenvolvimento do roteiro e o decorrer das filmagens, o diretor Peter Jackson e suas roteiristas Frans Walsh e Philippa Boyens acreditaram que poderiam incluir outras anotações de Tolkien para expandir a história.  Assim ficou definida a produção de três filmes ao invés de dois. Apesar de concordar com as críticas de que o primeiro longa, Uma Jornada Inesperada, poderia ser mais curto, apoio a decisão da divisão em três partes e, após assistir a este segundo filme, acredito que o resultado final venha a ser extremamente satisfatório.


Com a parte técnica do filme irretocável como sempre (efeitos visuais, design de produção, tudo lindo - a Cidade do Lago é belíssima e extremamente detalhada), o que torna A Desolação de Smaug melhor que Uma Jornada Inesperada é a ação constante (a cena dos barris é espetacular) e a sensação de urgência provocada pela ameaça do Necromante e pelo dragão Smaug. Apesar de algumas cenas demasiadamente longas, os personagens estão quase sempre em movimento enfrentando inúmeros obstáculos rumo à Montanha Solitária, ao contrário do primeiro filme, em que demoram quase uma hora pra sair do Condado. O roteiro do filme é mais ágil e os personagens bem desenvolvidos, o que também torna o filme mais emocionante. E apesar de novamente alguns críticos estarem reclamando que a maioria dos anões são meros coadjuvantes e não tem personalidade própria, tendo em visto a quantidade (13!) e semelhança física deles, não consigo ver isto como um problema. Pelo contrário, os irmãos Fili e Kili, que tem um papel importante no próximo filme, ganham mais destaque.


Assim como em As Duas Torres, segunda parte de O Senhor dos Anéis, nesta segunda parte de O Hobbit a história também se ramifica e os personagens se dividem em grupos. Gandalf, por exemplo, deixa seus companheiros anões e vai investigar os mistérios da fortaleza de Dol Guldur, onde ocorre uma das melhores sequências do filme e que estabelece uma grande conexão com O Senhor dos Anéis. Toda esta passagem não se encontra no livro, que somente relata por alto os atos de Gandalf após abandonar os anões. Preenchendo este vazio deixado pelo livro com anotações extras de Tolkien encontradas em apêndices e em outros obras, Peter Jackson incrementa a história do filme e mostra que sabe o que está fazendo.


Enquanto Bilbo começa a sentir o peso do Um Anel sobre ele e Thorin torna-se um líder ainda mais determinado, os novos personagens são todos bem-vindos, mesmo os que não estavam no livro. A elfa Tauriel, interpreta por Evangeline Lilly, chama a atenção por suas habilidades e beleza, e ainda se envolve em um triângulo amoroso bem inusitado. Legolas (Orlando Bloom), como o esperado, dá aula de pancadaria e participa de sequências de ação memoráveis (e absurdas), e até mesmo o misterioso Necromante finalmente se revela de forma muito positiva. O ator Luke Evans também entrega uma sólida atuação como o corajoso arqueiro Bard, da Cidade do Lago, mas quem rouba a cena de fato é Smaug, o mais belo e imponente dragão já criado na sétima arte, que teve sua voz e a captura de movimentos emprestados pelo ótimo ator Benedict Cumberbatch. Ele só aparece lá pelas duas horas de projeção, mas a espera vale a pena. Smaug é ganancioso, articulado, esperto e tem uma fortíssima personalidade.


Por se tratar de um filme do meio, o longa acaba parecendo mais um epísódio do que um filme de fato, visto que tudo fica em aberto para a terceira parte, que só estreia em dezembro de 2014. A última cena do longa, principalmente, deixa um gigantesco e frustrante sentimento de "quero mais", mas que não deixa de ser empolgante. Há ainda duas sequências em particular do filme me soaram um pouco forçadas. Em uma delas, os anões encontram um último obstáculo antes de chegar até o seu tão  almejado destino... e desistem rapidamente de tentar superá-lo, o que leva Bilbo a tentar salvar o dia mais uma vez. Além desta, a tentativa de Thorin e cia. de matar o dragão em Erebor no fim do filme, apesar de bem feita, também acaba levando muito tempo e mostrando-se irrelevante devido a sua previsível resolução.


Após um bom primeiro filme e um ótimo segundo, com alguns erros e muitos acertos, a terceira parte de O Hobbit promete ser a melhor da trilogia, com a provável maior guerra da história do cinema, a aguardada Batalha dos Cinco Exércitos. Lá e de Volta Outra Vez, título do capítulo final desta trilogia, também será o grande link entre O Hobbit e O Senhor dos Anéis e marcará a despedida definitiva da Terra-Média nos cinemas.

Nota: 9.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Inacreditável Final de Dexter

Como eu já havia escrito aqui, após os medianos últimos anos de Dexter, a última temporada da série tinha a difícil missão de restaurar o antigamente gigantesco nível de qualidade do programa. Aquele das primeiras temporadas, quando a cada episódio ficávamos mais fascinados pelas idiossincrasias, pelo código e pelas mortes do fabuloso anti-herói Dexter Morgan. Bons tempos. Pois isso nem de longe aconteceu. Nesta oitava temporada, zilhares de erros passados foram repetidos e outros novos se juntaram à lista. De furos absurdos de roteiro a plots completamente descartáveis. Mas tudo pode sempre mudar com um series finale. Ainda havia esperança para um honroso final. 


Em seu décimo segundo episódio da oitava temporada, Dexter despede-se do público de maneira inacreditavelmente ruim. Assistir aos últimos 10 minutos deste último capítulo chamado de Remember the Monters? é quase constrangedor. Até mesmo ignorando todos os erros da série, é lamentável saber o que os roteiristas e produtores decidiram fazer com personagens que acompanhamos e nos preocupamos por tantos anos.


 Acima de tudo, é triste saber que Debra Morgan morreu sem sequer um dia de espera de seu irmão após entrar em coma, desligando os aparelhos que a mantinha viva com uma pressa inexplicável. Um dia sequer. A morte da personagem já vinha sendo especulada há tempos, mas a execução de tal ato pareceu somente mais uma tentativa apressada e desesperada dos produtores da série de chocarem o público e levá-lo às lágrimas neste final. Não há nada de errado com a morte de Deb, mas com a forma absurda com que ela foi concebida. Não bastasse isso, Dexter consegue remover o corpo da irmã do hospital, levá-lo até seu barco no meio da tempestade para em seguida despejá-lo no mar. No mar. No mesmo lugar onde ele se livrou de centenas de cabeças, pernas e braços de inúmeros assassinos. 


E se já havia algum espectador estarrecido (como este que vos escreve) com tais acontecimentos, o que vem depois é ainda mais desconcertante. Após passar quase uma temporada inteira planejando sua fuga para a Argentina com Hannah e Harrison, Dexter esquece de tudo isto e de tudo o que o motivou por tanto tempo e resolve ir de encontro ao olho do furacão que chegava a Miami. É claro que a morte de sua irmã afetou o seu comportamento, mas cometer suicídio? Abandonar o próprio filho? Rita deve ter se revirado no caixão. Não dá pra engolir. 


Felizmente (ou não), Dexter também desenvolve superpoderes nos últimos minutos do episódio e consegue sair vivo do centro do furacão (seu barco é despedaçado, mas Dexter sobrevive). A última sequencia da história da série mostra o serial killer barbudo vivendo isolado e trabalhando em uma madeireira. Se Dexter continuou matando pessoas ou um dia decidiu rever seu filho e Hannah? Nunca saberemos. 

  
Encerrada a história da dupla principal, fica a pergunta: e o resto dos personagens? E a relação de Masuka com sua filha? Quinn um dia se tornou um sargento? Como ficou a babá do Harrison nesta história? Pra que diabos a Dr. Vogel serviu nesta temporada? Inúmeras perguntas sem resposta e sem nenhuma necessidade de existirem. Dexter raríssimas vezes soube trabalhar com suas tramas paralelas, quase sempre esquecíveis. 

Apesar de tudo isso, o final da um dia aclamada série ao menos esforçou-se para sair de sua irritante inércia e conseguiu construir um clima de urgência no duelo Dexter versus Saxon (que é capturado da forma mais idiota imaginável). A morte do vilão pouco aproveitado também foi um dos ápices deste último episódio, com uma boa química entre os atores Darri Ingolfson (que só sabe arregalar os olhos) e Michael C. Hall. E como já é de praxe, é necessário elogiar a atuação de Jennifer Carpenter como Deb, talvez a única coisa que tenha realmente evoluído nestes últimos anos da série. Uma indicação ao Emmy não seria desmerecida. 

Este foi um final decepcionante para uma série que já foi um dia tão grande. Anos mais tarde, Dexter será lembrada por seu protagonista emblemático, o anti-herói e serial killer do bem, e por suas primeiras temporadas fantásticas, enquanto seus últimos anos, e certamente este final, hão de ser esquecidos.

Obs: a cena do flashback do nascimento do Harrison parece a de um filme b indiano. A peruca de Deb e o "bebê de plástico" Harrisson são escancaradamente falsos.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bling Ring - A Gangue de Hollywood

Após sua morna recepção no Festival de Cannes de 2013, o filme que com certeza chegaria direto em DVD em território nacional, não fossem os nomes da diretora Sofia Coppola e da atriz Emma Watson nos créditos, estreou nas telonas brasileiras há cerca de duas semanas. Bling Ring - A Gangue Hollywood retrata com fidelidade a considerável despretensão e extravagância da vida adolescente nos luxosos bairros de Los Angeles.

O longa, baseado em fatos reais, narra a história de um grupo de cinco "amigos" hollywoodianos que começa a assaltar a casa de artistas famosos. Paris Hilton, Lindsay Lohan e Orlando Bloom são algumas das vítimas dos jovens, que levam roupas, sapatos e outros zilhões de objetos que juntos chegam ao valor de três milhões de dólares. Entediados, superprotegidos e incontroláveis, o quinteto de amigos interpretado pelos atores Claire Julien, Taissa Farmiga, Katie Chang, Israel Broussard e Emma Watson aspira ao mundo da fama sem qualquer peso na consciência, se é que eles tem alguma.  

Apesar da premissa interessante e da abordagem do assunto que deu o que falar em 2009, quando os roubos ocorreram, o grande problema do filme é a sua própria trama. Praticamente tudo o que o acontece na tela nós já sabemos somente assistindo ao trailer. Adolescentes "filhinhos de mamães e papais" que tem todo o dinheiro e a liberdade do mundo para fazerem o que quiserem em um dos lugares mais chiques do planeta. Em um determinado momento do filme, começam os roubos, que só aumentam o fascínio dos personagens pelo glamour das celebridades e suas mansões (sempre desprotegidas) e acabam aumentando a vontade por mais invasões de domicílios e furtos. E é só isso. Um, dois, três assaltos e o espectador já está cansado de tantos closets, jóias, festas, bebidas e drogas. Como também já sabíamos anteriormente, uma hora inevitavelmente algo sai errado. As consequências são apresentadas, e o filme fica por aí.

Sofia Coppola, a diretora do filme e filha de Francis Ford Coppola, responsável pela histórica trilogia O Poderoso Chefão, até tenta dinamizar a narrativa com planos diferenciados, às vezes em um estilo documental. A trilha sonora composta por rap e músicas eletrônicas e as barulhentas e agitadas cenas em festas e boates também ajudam no retrato da juventude descontrolada, sem limites ou censura. Curiosamente, aqui não podemos reclamar dos personagens mal desenvolvidos ou vazios porque eles realmente representam seres humanos "mal desenvolvidos e vazios". Entretanto, é preciso destacar a atuação de Emma Watson (aqui sem o seu marcante sotaque britânico), que mostra-se uma atriz versátil e avança mais um passo no difícil desvencilhamento de sua imagem como Hermione

Apesar de passar longe de outros trabalhos da diretora, como o ótimo Encontros e Desencontros, Bling Ring tem como grande ponto positivo sua veracidade. Mas ao fim da projeção, é difícil não se perguntar se um longa-metragem sobre os eventos ocorridos era realmente necessário.  

Nota: 7.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Game Of Thrones, 30 Rock e American Horror Story lideram as indicações ao Emmy 2013


A Academia de Artes e Ciências Televisivas anunciou na manhã desta quinta-feira, em Hollywood, as produções indicadas ao Emmy Awards 2013, principal premiação da televisão. Apesar de Game Of Thrones, 30 Rock e American Horror Story: Asylum saírem na frente com o maior número de indicações (com 16, 13 e 17, respectivamente), o destaque do dia foram as indicações às séries online da Netflix.

Pela primeira vez na história do Emmy, séries exclusivas da internet receberam indicações ao prêmio. A estreante House Of Cards e a quarta temporada de Arrested Development, duas produções originais da Netflix, somam 12 indicações ao todo. As principais ausências ficaram por conta de The Walking Dead e Dexter, sem nenhuma indicação. 

Representando o Brasil, a carioca Morena Baccarin, intérprete de Jessica Brody, em Homeland, concorre a Melhor Atriz Coadjvante em Série Dramática.


A cerimônia  ocorrerá em 22 de setembro e será apresentada por Neil Patrick Harris, o Barney de How I Met Your Mother.

Confira abaixo a lista dos indicados aos principais prêmios: 

Melhor Série Cômica
30 Rock – NBC
The Big Bang Theory
 – CBS
Girls 
- HBO
Louie
 – FX
Modern Family
 – ABC
Veep 
- HBO
Melhor Atriz em Série Cômica
Lena Dunham – Girls
Edie Falco – Nurse Jackie
Amy Poehler – Parks and Recreation
Tina Fey – 30 Rock
Julia Louis-Dreyfuss – Veep
Laura Dern – Enlightened
Melhor Ator em Série Cômica
Louis C.K. – Louie
Matt Le Blanc – Episodes
Jason Bateman – Arrested Development
Jim Parsons – The Big Bang Theory
Don Cheadle – House of Lies
Alec Baldwin – 30 Rock
Melhor Atriz Coadjuvante em Série Cômica
Maylim Bialik – The Big Bang Theory
Julie Bowen – Modern Family
Sofia Vergara – Modern Family
Jane Krakowski – 30 Rock
Merrit Wever – Nurse Jackie
Anna Chlumsky – VeepJane Lynch - Glee
Melhor Ator Coadjuvante em Série Cômica
Ed O’Neil – Modern Family
Jesse Tyler Ferguson – Modern Family
Ty Burrell – Modern Family
Bill Hader – Saturday Night Live
Tony Hale – VeepAdam Driver – Girls
Melhor Roteiro em Série Cômica
David Crane e Jeffrey Klarik, por Episode 209 - Episodes
Louis C.K. e Pamela Adlon, por Daddy’s Girlfriend – LouieGreg Daniels, por Finale – The Office
Jack Burditt e Robert Carlock, por Hogcock! –  30 Rock
Tina Fey e Tracey Wigfield, por Last Lauch – 30 Rock
Melhor Série Dramática
Breaking Bad – AMC
Downton Abbey - PBSGame of Thrones – HBO
Homeland -
 Showtime
House of Cards – Netflix
Mad Men – AMC
Melhor Atriz em Série Dramática
Vera Farmiga - Bates Motel
Michelle Dockery – Downton Abbey
Claire Danes – Homeland
Robin Wright – House of Cards
Elisabeth Moss – Mad Men
Connie Britton – Nashville
Kerry Washington – Scandal
Melhor Ator em Série Dramática
Bryan Cranston – Breaking Bad
Hugh Bonneville – Dowton Abbey
Damian Lewis – HomelandJon Hamm - Mad Men
Jeff Daniels – The Newsroom
Kevin Spacey – House of Cards
Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática
Anna Gunn – Breaking Bad
Maggie Smith – Downton AbbeyEmilia Clarke - Game of ThronesMorena Baccarin - Homeland
Christina Hendricks – Mad Men 
Christine Baranski – The Good Wife 
Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática
Bobby Cannavale – Boardwalk Empire
Jonathan Banks – Breaking Bad
Aaron Paul – Breaking Bad
Jim Carter – Downton Abbey
Peter Dinklage – Game of Thrones
Mandy Patinkin – Homeland
Melhor Reality Show de Competição
So You Think You Can Dance
The Amazing Race
Project Runway
The Voice
Dancing With the Stars
Top Chef

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Adeus, Dexter.

(A melhor cobertura nacional dos episódios inéditos e bastidores da série você encontra no Dexter Brasil)

Começou no último domingo a oitava e última temporada de uma das principais séries da década. Baseado nos livros de Jeff Lindsay e adaptado para a TV pelo roteirista James Manos Jr., o programa exibido pelo canal pago americano Showtime surpreendeu o mundo em 2006 com o seu charmoso anti-herói como personagem-título: Dexter Morgan, um serial killer do bem.  


Indicada diversas vezes ao Emmy e ao Globo de Ouro de Melhor Série Dramática, Dexter teve seu auge durante as primeiras temporadas.  O principal motivo do sucesso que dura até hoje é o seu intrigante e complexo protagonista, interpretado com maestria por Michael C. Hall, que já venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator pelo papel. A série também ficou conhecida, ao menos nos primeiros anos, pelo seu roteiro caprichado, responsável pelo interessante desenvolvimento da personalidade de Dexter, e também por suas belas locações, já que muitas cenas do seriado se passam nas praias de Miami.



Na trama, após uma marcante tragédia familiar na infância, o perturbado Dexter Morgan desenvolveu um compulsivo desejo pela morte ao longo de  sua juventude. Com a ajuda do pai adotivo, o policial Harry, Dexter consegue aprender a controlar sua ânsia por matar através do "código", no qual somente as pessoas responsáveis por grandes crueldades e assassinatos seriam suas vítimas. 


Assim começamos a acompanhar a história do já adulto Dexter, que torna-se um analista forense especialista em dispersão de sangue. Ao longo da excepcional primeira temporada, conhecemos sua conturbada e excêntrica rotina, na qual se divide  entre um detetive, um assassino e o namorado da meiga (porém irritante) Rita. As nuances e esquisitices do personagem encantaram o público e a crítica, alavancando a série para uma segunda temporada ainda melhor, que colocou em risco a identidade secreta de Dexter. A série seguiu com uma fraca terceira temporada e um ótimo quarto ano, que apresentou ao público o memorável vilão Trinity, e terminou com um dos finais mais chocantes da história da TV. 


Foi a partir de seu quarto ano que a série desengrenou. Não que Dexter tenha ficado ruim, mas algumas infelizes decisões dos roteiristas fizeram a série perder o fôlego em seus três anos seguintes. O fato de os episódios terem tornado-se expositivos demais (as narrações em off do protagonista, antigamente interessantes, pouco acrescentam) e de um inevitável acontecimento ser adiado por muito tempo acabaram tornando Dexter um seriado arrastado, sem a energia e a imprevisibilidade de antes. Até o protagonista perdeu um pouco de sua graça, muitas vezes comportando-se apenas como um mero justiceiro. Felizmente, por outro lado, Jennifer Carpenter, intérprete da irmã de Dexter, Debra, viu seu papel crescer exponecialmente no programa e hoje é um dos grandes pontos positivos da série.

                                                            (Confira o trailer da nova e última temporada)



Após as memoráveis temporadas iniciais e a recente derrocada da série, Dexter chega em seu último ano cercado de expectativa quanto ao destino de seu protagonista (o pôster de divulgação acima que o diga). Agora, a série tem mais 12 episódios pela frente para tentar voltar a ser o grande seriado que já foi um dia, e com o talento de seus protagonistas e um pouco mais de esforço de seus roteiristas, tal feito não é nada impossível.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Renovações e Cancelamentos das Séries - 2013

Como em todos os anos, os meses de maio e junho podem ser considerados os mais marcantes para os fãs de seriados americanos. Além de ser o período em que grande parte das séries da TV aberta exibem os seus aguardados finais de temporada, é também a época em que as principais emissoras estadunidenses (ABC, FOX, CBS, NBC e CW) anunciam seus planos para os próximos meses, cancelando e renovando dezenas de séries.

Assim como em 2012, o Blog Serinema desvenda abaixo qual foi o destino da sua série favorita. Confira as novidades das principais emissoras americanas:


CBS: A emissora mais estável dos Estados Unidos, com os mais sólidos números de audiência, teve poucas surpresas este ano. Todas as suas principais séries foram renovadas, incluindo How I Met Your Mother (para a 9ª e última temporada), Elementary, Hawaii Five-O, 2 Broke Girls, The Mentalist, Mike & Molly e até Two and a Half Men, que cogitava ser cancelada. O sucesso The Big Bang Theory já estava garantido até o ano que vem. Já CSI: Miami, CSY: NY e a decepcionantes Vegas deram adeus ao público e não voltam para novos episódios.




FOX: Ao contrário do ano passado, quando o canal perdeu séries veteranas e promissoras, como House e Alcatraz, desta vez a FOX conseguiu salvar suas maiores atrações. Glee (renovada para mais dois anos), Bones, New Girl, Os Simpsons, Family Guy, e a estreante The Following tem episódios inéditos garantidos. A fraca Touch (com Kiether Sutherland, que agora volta para 24 Horas) e a ótima Fringe são as principais baixas, que tem ainda as estreantes Ben & Kate e The Mob Doctor





NBC: O canal conhecido por sua ótimas comédias foi o que mais perdeu em 2013. A fantástica 30 Rock e a veterana The Office exibiram suas últimas temporadas e a promissora Smash, que teve um dos melhores episódios pilotos ano passado, foi cancelada. As séries novatas também não deram certo: Animal Practice, Guys With Kids e Go On (estrelada por Matthew Perry, de Friends) só duraram um ano. Mas também há boas notícias: a inteligente Community volta para outra temporada, assim como Hannibal, Chicago Fire e Revolution




ABC: Sem grandes cancelamentos, a temporada 2012/2013 foi tranquila para a emissora da Disney. As principais Modern Family, Grey's Anatomy, Castle, Once Upon a Time, Revenge, Nashville, The Middle e Suburgatory voltarão na Fall Season deste ano. As novatas 666 Park Avenue e Last Resort não vingaram e foram canceladas, da mesma forma que Happy Endings, Private Practice e Body Of Proof






The CW: Por último, a menor das emissoras americanas, voltada para o público adolescente, renovou Supernatural, Hart of Dixie, Arrow, Nikita, The Vampire Diaries e The Carrie Diaries. A veterana 90210, nova versão de Barrados no Baile, dos anos 90, foi cancelada após cinco temporadas.  




As séries de TV à cabo Game Of Thrones (HBO) e The Walking Dead (AMC) também foram renovadas. Já Dexter (Showtime) Breaking Bad (AMC) foram canceladas e exibirão suas temporadas finais até o fim do ano. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

10 Filmes Imperdíveis do Verão Norte-americano

Entre os meses de maio e agosto, anualmente, ocorre a temporada de verão do cinema norte-americano. Devido às férias escolares e universitárias, os principais filmes e superproduções do ano são lançados neste período, tornando-se facilmente o mais lucrativo para os estúdios hollywoodianos, que chegam a arrecadar cerca de 40% de sua receita anual só nesta época.

Desde o início da temporada deste ano, aguardados longa-metragens como Se Beber Não Case 3 e O Grande Gatsby já foram exibidos, além do gigantesco sucesso Homem de Ferro 3, que abriu a safra das superproduções de 2013. Para não ficar de fora da próximas grandes atrações, o Blog Serinema preparou uma lista com 10 filmes promissores que chegam às telonas até agosto. Confira abaixo: 


10 - Percy Jackson e o Mar de Monstros

Apesar de seu antecessor, Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010), não ter se saído muito bem nas bilheterias, a Fox decidiu apostar na franquia. O Mar de Monstros é o segundo livro da bem-sucedida saga literária Percy Jackson, escrita por Rick Riordan. O trio principal de atores composto por Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T. Jackson retorna para seus papéis, e Thor Fredudenthal dirige. Chris Columbus, diretor do primeiro filme (e dos dois primeiros Harry Potter) agora é o produtor. Estreia dia 16 de agosto.




9 - Wolwerine - Imortal 

Após o decepcionante X-Men Origins: Wolverine, o maior herói dos famosos mutantes tem o seu segundo filme solo, que desta vez se passa após o último longa da trilogia original, no Japão. Estrelado novamente pelo vencedor do Globo de Ouro Hugh Jackman e dirigido por James Mangold (Johnny & June), Wolverine - Imortal estreia dia 26 de julho. 




8 - O Lugar Onde Tudo Termina

Em alta no mercado cinematográfico (e entre as mulheres), Ryan Gosling estrela um filme que promete muito drama e violência, ao melhor estilo noir do ótimo Drive (2011), também protagonizada por ele. No filme, Gosling interpreta Luke, um jovem pai de família que passa a cometer crimes para sustentar seu filho recém-nascido. Os astros Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida) e Eva Mendes (Velozes e Furiosos 5) também estrelam.





7 - Bling Ring: A Gangue de Hollywood

Estrelado por ninguém menos do que Emma Watson (a eterna Hermione, da saga Harry Potter), Bling Ring conta a história de um grupo de adolescentes foras-da-lei que aplicam uma séries de golpes em casas de celebridades, como as de Paris Hilton e Lindsay Lohan. O longa, dirigido por Sofia Coppola, foi bastante elogiado em sua exibição do Festival de Cannes, e estreia em 12 de julho.




6 - Meu Malvado Favorito 2 

Umas das animações mais esperadas do ano (por jovens e adultos), Meu Malvado Favorito 2 estreia dia 12 de julho. O filme segue acompanhando as aventuras do criminoso Gru e seus aliados (fofos e amarelos), os Minions, contra vilões do mundo inteiro. Steve Carrel, Jason Segel e Ken Jeong estão entre os dubladores.





5 - Guerra Mundial Z 

Baseado no livro 'Worl War Z: An Oral History of the Zombie War", o filme conta a história da luta de Gerry Lane (Brad Pitt) e do resto da humanidade contra uma pandemia zumbi que vem dizimando a população da Terra. O longa sofreu diversas problemas em sua produção, inclusive brigas entre Brad Pitt e Marc Foster, o diretor, e também passou por alterações no roteiro e refilmagens. Além disso, a computação gráfica utilizada nos zumbis também vem gerando bastante discussão. Estreia: 28/06/2013.




4 - Círculo de Fogo

O novo filme do aclamado diretor Guillermo Del Toro (O Labirinto do Fauno) vem sendo motivo de preocupação entre alguns fãs. Os trailers exibidos até aqui mostram muita pancadaria e pouco conteúdo na história sobre os robôs criados pelos humanos para combater os Kaiju, monstros que ameaçam a humanidade. Entretanto, o ótimo currículo de Del Toro é motivo de confiança para mais uma grande obra do diretor. Círculo de Fogo chega aos cinema em 9 de agosto.




3 - Universidade dos Monstros

Depois de mais dez anos de espera pela continuação de Monstros S.A (2001), finalmente é a hora de Mike e Sulley retornarem aos cinemas, agora em 21 de junho. O novo filme dos monstros mostra como ambos se conheceram e se tornaram melhor amigos na época da faculdade, antes dos eventos ocorridos no filme de 2001. A parte ruim da história é a provável ausência da querida Boo, que certamente não será esquecida, mas também não deve aparecer muito no longa.






2 - Além da Escuridão: Star Trek

O novo filme da franquia Jornada nas Estrelas é o segundo dirigido por JJ Abrams, que também foi o responsável pelo reboot da saga com o surpreendente e brilhante Star Trek, em 2009. Agora, o visionário diretor expande os rumos da história, que promete mais drama e muita, muita ação. O filme foi bem recebido pela crítica lá fora e teve os melhores trailers do ano até aqui. Com cerca de um mês de atraso em relação a estreia nos EUA, o filme estreia nesta sexta aqui no Brasil.




1 - Superman: O Homem de Aço

E o filme mais aguardado do verão norte-americano fica com o maior super-herói de todos os tempos. Após o fracasso de público e crítica de Superman - O Retorno (2007), o novo filme do super-homem agora é comandado pelo competente Zack Snyder (Watchmen), que tem a díficil missão de renovar a franquia e o personagem do homem de aço, datado de "chato" e "bonzinho demais". O filme custou cerca de 200 milhões de dólares e a expectativa em torno de sua bilheteria é altíssima, visto que um novo fracasso eliminaria as chances de novas adaptações por um bom tempo. Também com um grande atraso em relação aos EUA, O Homem de Aço será lançado em 12 de julho.




terça-feira, 14 de maio de 2013

A mãe de todos os segredos - How I Met Your Mother

(Obviamente, este texto contém spoilers)!

Como já era esperado, a season finale da oitava temporada de How I Met Your Mother, exibida ontem de noite pela CBS, finalmente revelou o grande mistério que pairava sobre a série desde seu primeiro episódio. Após longos oito anos de espera, finalmente conhecemos a mãe dos filhos de Ted Mosby! 




















Ao longo de todas as temporadas até aqui, muitas pistas sobre a "mãe" já haviam sido reveladas, como o seu famoso guarda chuva amarelo e o fato de ela ser uma aluna onde Ted ensinava aulas de arquitetura. No ínicio da temporada que terminou ontem, descobrimos que o aguardado encontro entre o casal aconteceria em uma estação de trem, justamente onde vimos a mãe na última cena de Something New, o episódio exibido exibido ontem.


Apesar da cena em que conhecemos a esposa de Ted ter menos de um minuto, muita coisa pode ser dita sobre este acontecimento tão esperado e que repercutiu no mundo inteiro. A escolha dos roteiristas da série Carter Bays e Craig Thomas de mostrar a nova personagem com uma temporada de antecedência do fim da série (HIMYM já foi renovada para sua nona e última temporada) é um grande acerto e uma ótima notícia para os fãs. Agora que já fomos apresentados à  futura Sra. Mosby, poderemos acompanhar tranquilamente, sem mistérios, o desenrolar da relação entre ela e Ted, apenas descobrindo mais sobre a decisiva personagem e motivos de ambos terem se apaixonado.


Além disso, a "mãe" é uma personagem completamente inédita na série, o que contrariou as fortes especulações de que ela já teria aparecido em algum momento de HIMYM. A atriz que a interpreta, Cristin Milioti, fez algumas participações em séries como 30 Rock e The Sopranos, mas também é pouco conhecida. Muita gente também torceu o nariz para o fato de ela não ser tão "bela" como o imaginado, mas é bom lembrar que How I Met Your Mother é uma série sobre um relacionamento que deu certo, e não um concurso de beleza pra saber quem ficaria com Ted Mosby.

Sobre a escolha da atriz, os roteiristas da série disseram: "Nós não queríamos que a 'mãe' fosse uma grande estrela porque não queríamos que a audiência tivesse outras lembranças de qualquer atriz que fosse. Seria tipo: 'Ah, é a Anne Hathaway, eu acho isso da Anne Hathaway...'. Você está esperando há anos para conhecer essa mulher, e seria como: 'Ah, ele está apaixonado pela Amy Adams, legal, assim como o resto do mundo também está'. A ideia principal era que Ted nunca tivesse visto essa mulher, pois isso seria melhor para a audiência". Muito bem pensado, não?

Gostando ou não, agora é oficial, já temos uma Mother. Sem mais delongas, veja abaixo fotos da (não mais) misteriosa mulher de Ted Mosby e assista ao vídeo de seu inédito aparecimento na série!






How I Met Your Mother volta no segundo semestre para a última temporada. Até lá!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A excelente Bates Motel

(Bates Motel estreia hoje, às 22h, no Universal Channel)!

A revelação do ano (até agora) já tem nome e se chama Bates Motel. Exibida pelo canal pago americano A&E, a série que é prelúdio do filme Psicose estreou com recorde de audiência, foi renovada para a segunda temporada com apenas 4 episódios exibidos e já conquistou milhares de fãs ao redor do mundo. Em julho, a série chega ao Brasil pelo Universal Channel.





















A história de Bates Motel se passa em uma cidadezinha no estado de Oregon, EUA. É para lá que Norma (Vera Farmiga) se muda com o filho Norman Bates (Freddie Highmore) após a morte do seu marido, onde eles passam a ser donos de um misterioso motel. Para os que não reconheceram os nomes citados acima, estes são personagens do aclamado filme Psicose (aquele com uma mulher sendo esfaqueada no banho), do diretor Alfred Hitchcok, na década de 60. A trama da série, um prelúdio para o famoso longa-metragem, foi adaptada para um cenário contemporâneo, com as tecnologias e valores atuais, o que a tornou mais moderna e atrativa.


Para entender o alto nível de qualidade apresentado por Bates Motel, primeiramente é preciso olhar para os créditos do programa. A série é produzida pela dupla Carlton Cuse e Kerry Ehrin, também produtores  respectivamente de Lost e Friday Night Lights, as duas melhores séries da última década na opinião deste blogueiro que vos escreve.  Mas é claro que os dois não são os únicos destaques. Quem vem realmente se sobressaindo em Bates Motel é a dupla protagonista formada pela veterana Vera Farmiga (Amor Sem Escalas, Os Infiltrados) e o jovem Freddie Highmore (A Fantástica Fábrica de Chocolate). Enquanto Farmiga se destaca pela frieza e fragilidade de sua perturbada personagem, Highmore surpreende por espantar qualquer traço da criancinha que vimos em Em Busca da Terra do Nunca e seus outros filmes.  A relação mãe e filho entre os personagens de ambos os atores é intrigante e peculiar, permeada por amor e repulsa, sem dúvida um dos pontos altos da série.


Mas o chama a atenção mesmo em Bates Motel são os grandes mistérios que rondam a série e seus personagens. Ao contrário de muitos dos padronizados programas de TV (lê-se: novelas da Globo), em que todas as informações são rapidamente esfregadas na cara de quem está assistindo (quem é o mocinho, o vilão, o casal romântico, etc), Bates Motel segura o jogo e faz o espectador pensar em diversas possibilidades para tudo o que acontece na série. A cada episódio, detalhes importantes sobre a sombria cidadezinha e a vida de seus moradores vão sendo revelados, acarretando o surgimento de outras dúvidas e mistérios, mas também ajudando na formação de um grande quebra-cabeça. O próprio visual concebido pela produção da série já causa um desconforto no espectador, que logo desconfia que algo está errado. Carros antigos, figurinos ultrapassados, e a cidadezinha bem antiquada geram um ar meio retrô no programa, estabelecendo uma inteligente conexão com o filme de Hitchcock. E apesar de todas as intrigas e mistérios da série, também há um importante espaço para o desenvolvimento dos personagens e de suas emoções, com assuntos como a adolescência e a família sendo explorados de forma recorrente.


Além disso, a trilha sonora melancólica e sempre presente (algo raro de se ver em um programa de TV) em todos os episódios também é uma outra ótima sacada da caprichada produção.


A primeira temporada da série terá apenas 10 episódios, e os seis ótimos primeiros já foram exibidos. Em todos eles, há momentos de tensão e suspense, sempre acompanhados de diálogos bem construídos,  personagens interessantes e ótimas atuações. A segunda temporada, já confirmada para o ano que vem, começa ser filmada no verão americano.


Vamos torcer para que Bates Motel, de fato, torne-se tão inesquecível quanto o lendário filme de Alfred Hitchcok.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Videocast #2 - Preview 2013 - Parte 2

Já está no ar a segunda parte do Preview 2013! O novo videocast do Blog Serinema fala sobre os meses de abril até julho, citando filmes como Meu Malvado Favorito 2, Homem de Ferro 3, Star Trek, etc!


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis

Após quase dois meses da estreia nos Estados Unidos, enfim chegou às telas brasileira nesta sexta (1) o musical super-produzido Os Miseráveis. Criada pelo escritor francês Victor Hugo em 1862, a obra, que já teve várias adaptações ao cinema, desta vez é dirigida por Tom Hooper, vencedor do Oscar em 2010 por O Discurso do Rei. O Blog Serinema já assistiu e conta abaixo um pouco sobre o filme.





















Ambientado na paupérrima França do século XIX, o longa conta a história de Jean Valjean, um condenado à prisão que consegue sua liberdade e vive na miséria. Ao ser acolhido por um padre, o personagem tem sua vida mudada e consegue crescer financeiramente, tornando-se prefeito de Montreuil-sur-Mer. Enquanto isso, junto à trama principal, a França vive um período tenso e miserável entre as Batalhas de Waterloo e os motins de 1832.


Aqueles que buscam um filme tradicional sobre guerras e revoluções podem sair decepcionados ou até antes da sessão terminar: em suas 2h38 de exibição, praticamente todas as cenas são cantadas, com quase nenhum diálogo, o que proporciona ao filme um tom bastante teatral. Todo o desenvolvimento dos personagens ocorre através das inúmeras canções entoadas, o que por vezes torna o filme cansativo e arrastado até para os maiores apreciadores de musicais. Apesar disso, o roteiro do filme consegue explorar a trama de forma bastante realista, abordando em grande parte do tempo temas como a justiça social e os direitos civis. 


Um dos pontos mais interessantes de Os Miseráveis é que as músicas foram todas gravadas no set de filmagem e não em estúdios de gravação, deixando as atuações dos atores mais verdadeiras e menos encenadas. É claro que, com isso, alguns dos atores se saem melhor do que outros: Anne Hathaway (Fontine), que certamente vai levar o Oscar, consegue provocar  lágrimas e arrepios com seu "I Dreamed a Dream", enquanto Hugh Jackman, que já tem experiência em musicais, também arrasa durante todo filme, principalmente em uma das sequências iniciais. Russel Crowe, entretanto, que já levou o Oscar em Gladiador, parece estar no papel errado e encontra dificuldades para alcançar algumas notas. 


O elenco de peso conta ainda com Amanda Seyfried (Cosette), a dupla Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen (alívio cômico do filme) e a pequena criança Daniel Huttlestone (Gavroche), que protagoniza uma das cenas mais emocionantes da película. Além das ótimas performances, vale a pena destacar também a fotografia de Danny Cohen (que também levou o Oscar por O Discurso do Rei), a direção de arte (os cenários são espetaculares) e os figurinos, além, é claro, da linda trilha sonora que acompanha o filme em toda sua duração. A direção de Tom Hooper, entretanto, vem dividindo opiniões devido a alguns enquadramentos diferenciados, como os ínúmeros close-ups nos atores quando estes estão cantando, o que parece estranho em algumas cenas.


Com uma produção grandiosa, oito indicações ao Oscar e atuações irretocáveis, Os Miseráveis é um ótimo filme que não agradará a todos por sua fórmula pouco convencional. Ainda assim, o filme emociona como poucos e pode fazer até os mais durões saírem do cinema sensibilizados com seu tocante final, mesmo que estes não queiram ouvir alguém cantando qualquer tipo de música por um bom tempo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Videocast #1 - Preview 2013 - Os principais filmes do ano

Está no ar o primeiro videocast do Blog Serinema! Com participações de Felipe Silva (eu), Hugo Felix e Carlos Aragão, falamos sobre os principais filmes do ano! A parte 2 sai em breve!