quinta-feira, 25 de abril de 2013

A excelente Bates Motel

(Bates Motel estreia hoje, às 22h, no Universal Channel)!

A revelação do ano (até agora) já tem nome e se chama Bates Motel. Exibida pelo canal pago americano A&E, a série que é prelúdio do filme Psicose estreou com recorde de audiência, foi renovada para a segunda temporada com apenas 4 episódios exibidos e já conquistou milhares de fãs ao redor do mundo. Em julho, a série chega ao Brasil pelo Universal Channel.





















A história de Bates Motel se passa em uma cidadezinha no estado de Oregon, EUA. É para lá que Norma (Vera Farmiga) se muda com o filho Norman Bates (Freddie Highmore) após a morte do seu marido, onde eles passam a ser donos de um misterioso motel. Para os que não reconheceram os nomes citados acima, estes são personagens do aclamado filme Psicose (aquele com uma mulher sendo esfaqueada no banho), do diretor Alfred Hitchcok, na década de 60. A trama da série, um prelúdio para o famoso longa-metragem, foi adaptada para um cenário contemporâneo, com as tecnologias e valores atuais, o que a tornou mais moderna e atrativa.


Para entender o alto nível de qualidade apresentado por Bates Motel, primeiramente é preciso olhar para os créditos do programa. A série é produzida pela dupla Carlton Cuse e Kerry Ehrin, também produtores  respectivamente de Lost e Friday Night Lights, as duas melhores séries da última década na opinião deste blogueiro que vos escreve.  Mas é claro que os dois não são os únicos destaques. Quem vem realmente se sobressaindo em Bates Motel é a dupla protagonista formada pela veterana Vera Farmiga (Amor Sem Escalas, Os Infiltrados) e o jovem Freddie Highmore (A Fantástica Fábrica de Chocolate). Enquanto Farmiga se destaca pela frieza e fragilidade de sua perturbada personagem, Highmore surpreende por espantar qualquer traço da criancinha que vimos em Em Busca da Terra do Nunca e seus outros filmes.  A relação mãe e filho entre os personagens de ambos os atores é intrigante e peculiar, permeada por amor e repulsa, sem dúvida um dos pontos altos da série.


Mas o chama a atenção mesmo em Bates Motel são os grandes mistérios que rondam a série e seus personagens. Ao contrário de muitos dos padronizados programas de TV (lê-se: novelas da Globo), em que todas as informações são rapidamente esfregadas na cara de quem está assistindo (quem é o mocinho, o vilão, o casal romântico, etc), Bates Motel segura o jogo e faz o espectador pensar em diversas possibilidades para tudo o que acontece na série. A cada episódio, detalhes importantes sobre a sombria cidadezinha e a vida de seus moradores vão sendo revelados, acarretando o surgimento de outras dúvidas e mistérios, mas também ajudando na formação de um grande quebra-cabeça. O próprio visual concebido pela produção da série já causa um desconforto no espectador, que logo desconfia que algo está errado. Carros antigos, figurinos ultrapassados, e a cidadezinha bem antiquada geram um ar meio retrô no programa, estabelecendo uma inteligente conexão com o filme de Hitchcock. E apesar de todas as intrigas e mistérios da série, também há um importante espaço para o desenvolvimento dos personagens e de suas emoções, com assuntos como a adolescência e a família sendo explorados de forma recorrente.


Além disso, a trilha sonora melancólica e sempre presente (algo raro de se ver em um programa de TV) em todos os episódios também é uma outra ótima sacada da caprichada produção.


A primeira temporada da série terá apenas 10 episódios, e os seis ótimos primeiros já foram exibidos. Em todos eles, há momentos de tensão e suspense, sempre acompanhados de diálogos bem construídos,  personagens interessantes e ótimas atuações. A segunda temporada, já confirmada para o ano que vem, começa ser filmada no verão americano.


Vamos torcer para que Bates Motel, de fato, torne-se tão inesquecível quanto o lendário filme de Alfred Hitchcok.