A Dica
Serinema desta semana fala sobre um dos maiores clássicos da história do cinema
e indicado à sete categorias no Oscar. Pulp Fiction - Tempo de Violência
marcou a década de 90 e foi responsável por fazer Hollywood e milhões de
pessoas repensarem o conceito de cinema de qualidade.
Você
provavelmente já viu alguma foto, estampa de camisa ou citação de algum dos
dois personagens acima. Eles são Vincent
Vega e Jules Winnfield, dois mafiosos assassinos que trabalham para um
poderoso gângster nos Estados Unidos. Além desta, Pulp Fiction ainda conta a
história de um boxeador corrupto, que também está envolvido com o tal gângster,
e a história de dois ladrões. O enredo do filme poderia ser igual ao de
qualquer outro, não fosse a fabulosa estrutura narrativa em que ele é
desenvolvido.
Com uma
montagem impecável e um roteiro genial, as três histórias são contadas
simultaneamente de forma não-linear, cada uma em um tempo cronológico
diferente, mas que acabam por se entrelaçar ao longo do filme. O início faz parte do fim, personagens morrem no meio do filme
e continuam por aparecer em outra história... tudo é muito bem amarrado, sem
deixar nenhuma ponta solta. Trocando a ordem de algumas cenas, o longa diverte
e obriga o espectador a prestar atenção em cada detalhe dos acontecimentos,
visto que mais tarde será mostrado o motivo de um personagem estar vestindo uma
roupa diferente, porque algo aconteceu de tal forma etc.
Outro
ponto forte do filme são os inúmeros e memoráveis diálogos presentes em todas
as histórias, que mostram pontos de vistas interessantes sobre diversos
assuntos. A violência recorrente, o uso de drogas e a linguagem afiada dos
personagens, complementados por uma alta dose de humor negro, contribuem para a
construção do cenário sujo do filme, e mostram o submundo do crime de forma
real e explícita. O elenco excepcional, composto por Bruce Willis, John Travolta,
Uma Thurman e Samuel L. Jackson entrega atuações fantásticas, com destaque para a dupla Travolta e Jackson, muito bem entrosada. Por fim, mas não menos importante, deve-se lembrar também da ótima trilha sonora do
filme, repleto de músicas clássicas que só deixam o longa mais divertido.
Pulp é a segunda obra do consagrado diretor americano Quentin
Tarantino, e para muitas pessoas, o seu melhor filme até hoje. Sem dúvidas, foi o
grande responsável pelo sucesso do longa, dirigindo-o, roteirizando-o (venceu o
Oscar e a Palma de Ouro de Melhor Roteiro Original) e até atuando, como Jimmy,
marido de Bonnie. Todavia, apesar do reconhecimento e do sucesso, o caminho de Tarantino não foi fácil: após muitos
estúdios recusarem seu roteiro, o diretor
conseguiu assinar com a produtora independentente Miramax, na época
recém-comprada pela Disney, e produziu o filme com simples oito milhões e meio
de dólares. Com mais de cem milhões arrecadados nas bilheterias mundiais posteriormente, o diretor
lembrou Hollywood que não são precisos orçamentos extravagantes para se fazer
um bom filme. Basta uma boa história.
O filme foi eternizado pelo seus diálogos e cenas marcantes,
além de ser um ícone cinematográfico da cultura pop. Já recebeu diversas
homenagens e paródias, como das séries House e Community, e só não recebeu mais
prêmios pois competiu com o também ótimo Forrest Gump, lançado no mesmo ano(1994).
Já Tarantino, que após Pulp Fiction também foi responsável por Kill Bill,
Bastardos Inglórios, dentre outros, agora trabalha em seu novo projeto, Django
Unchained, que estreia no final do ano. Esperemos mais surpresas de um dos
maiores diretores da atualidade.
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