quinta-feira, 15 de março de 2012

Dica Serinema: Pulp Fiction


A Dica Serinema desta semana fala sobre um dos maiores clássicos da história do cinema e indicado à sete categorias no Oscar. Pulp Fiction - Tempo de Violência marcou a década de 90 e foi responsável por fazer Hollywood e milhões de pessoas repensarem o conceito de cinema de qualidade. 


                                                                                                                                                    
Você provavelmente já viu alguma foto, estampa de camisa ou citação de algum dos dois personagens acima.  Eles são Vincent Vega e Jules Winnfield, dois mafiosos assassinos que trabalham para um poderoso gângster nos Estados Unidos. Além desta, Pulp Fiction ainda conta a história de um boxeador corrupto, que também está envolvido com o tal gângster, e a história de dois ladrões. O enredo do filme poderia ser igual ao de qualquer outro, não fosse a fabulosa estrutura narrativa em que ele é desenvolvido. 


Com uma montagem impecável e um roteiro genial, as três histórias são contadas simultaneamente de forma não-linear, cada uma em um tempo cronológico diferente, mas que acabam por se entrelaçar ao longo do filme.  O início faz parte do fim, personagens morrem no meio do filme e continuam por aparecer em outra história... tudo é muito bem amarrado, sem deixar nenhuma ponta solta. Trocando a ordem de algumas cenas, o longa diverte e obriga o espectador a prestar atenção em cada detalhe dos acontecimentos, visto que mais tarde será mostrado o motivo de um personagem estar vestindo uma roupa diferente, porque algo aconteceu de tal forma etc.


Outro ponto forte do filme são os inúmeros e memoráveis diálogos presentes em todas as histórias, que mostram pontos de vistas interessantes sobre diversos assuntos. A violência recorrente, o uso de drogas e a linguagem afiada dos personagens, complementados por uma alta dose de humor negro, contribuem para a construção do cenário sujo do filme, e mostram o submundo do crime de forma real e explícita. O elenco excepcional, composto por Bruce Willis, John Travolta, Uma Thurman e Samuel L. Jackson entrega atuações fantásticas, com destaque para a dupla Travolta e Jackson, muito bem entrosada. Por fim, mas não menos importante, deve-se lembrar também da ótima trilha sonora do filme, repleto de músicas clássicas que só deixam o longa mais divertido.

                                                                              
Pulp é a segunda obra do consagrado diretor americano Quentin Tarantino, e para muitas pessoas, o seu melhor filme até hoje. Sem dúvidas, foi o grande responsável pelo sucesso do longa, dirigindo-o, roteirizando-o (venceu o Oscar e a Palma de Ouro de Melhor Roteiro Original) e até atuando, como Jimmy, marido de Bonnie. Todavia, apesar do reconhecimento e do sucesso, o caminho de Tarantino não foi fácil: após muitos estúdios recusarem seu roteiro, o diretor conseguiu assinar com a produtora independentente Miramax, na época recém-comprada pela Disney, e produziu o filme com simples oito milhões e meio de dólares. Com mais de cem milhões arrecadados nas bilheterias mundiais posteriormente, o diretor lembrou Hollywood que não são precisos orçamentos extravagantes para se fazer um bom filme. Basta uma boa história.


O filme foi eternizado pelo seus diálogos e cenas marcantes, além de ser um ícone cinematográfico da cultura pop.  Já recebeu diversas homenagens e paródias, como das séries House e Community, e só não recebeu mais prêmios pois competiu com o também ótimo Forrest Gump, lançado no mesmo ano(1994). Já Tarantino, que após Pulp Fiction também foi responsável por Kill Bill, Bastardos Inglórios, dentre outros, agora trabalha em seu novo projeto, Django Unchained, que estreia no final do ano. Esperemos mais surpresas de um dos maiores diretores da atualidade.

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