quarta-feira, 28 de março de 2012

Dica Serinema: Os Muppets

Acaba de chegar nas locadoras de todo o Brasil uma das melhores comédias de 2011. Acompanhados de um elenco estelar e um roteiro eficaz, os amados Muppets retornam ao mundo da fama em um filme recomendado para todas as idades.


                                                                                                                                                                    

O Muppet Show, criado na Inglaterra, em 1976, por Jim Henson, era um show de espetáculos apresentado pelos próprios Muppets (personagens em fantoches), recheado de músicas, paródias e piadas, sempre com um convidado especial humano a cada novo programa. Apesar de voltado para o público infanto-juvenil, o show ficou marcado pelo seu estilo ultrajante e espontâneo, pois os próprios bastidores do evento eram mostrados, com os Muppets comendo, xingando e até mesmo brigando entre si e atrapalhando ao próprio espetáculo.


Algumas décadas depois, entretanto, os Muppets estão esquecidos. Enquanto alguns adultos pouco se lembram do Sapo Caco, Miss Piggy e cia, muitas crianças nem tiveram a oportunidade de conhecer as marionetes que, se comparadas às computações gráficas atuais, podem ser consideradas ultrapassadas. Incomodado com o abandono de criaturas tão queridas em sua infância, o ator Jason Segel (da série How I Met Your Mother) procurou a Disney para desenvolver um projeto sobre a volta dos Muppets. Após muita persistência, Segel conseguiu a permissão para um novo filme, que ele mesmo produziu, roteirizou e atou como um dos protagonistas.


Na nova trama, Gary (Jason Segel), sua noiva (Amy Adams) e seu irmão Walter (um futuro Muppet) decidem deixar sua vida tranquila em Smalltown para visitar Los Angeles, onde se localizava o tão famoso estúdio e teatro dos Muppets. Todavia, o trio encontra o local completamente abandonado, e de quebra ainda descobre o plano do empresário Tex Richman (Chris Cooper) de demolir o local para a exploração de petróleo. Assim, da mesma forma que Jason Segel lutou pela produção do filme, os Muppets precisam reunir-se novamente e batalhar para salvar sua antiga casa de espetáculos.



É interessante notar o humor irônico e moderno criado pelos roteiristas Jason Segel  e Nicholas Stoller. Durante sua longa jornada a fim de reunir os dispersos Muppets e recuperar seu estúdio de sucesso, os fantoches reconhecem que estão velhos, esquecidos e ultrapassados, mas não deixam de brincar com isto. Piadas com o orçamento do filme, sátiras à cultura de entretenimento atual e tiradas sobre a idade avançada de seus antigos fãs só deixam o filme ainda mais divertido e ressaltam a essência do programa das marionetes.


Outro ponto alto do filme são os diversos artistas famosos que fazem pontas no filme: Jack Black, Selena Gomez, Jim Parsons, Neil P. Harris, Dave Grohl (do Foo Fighters) e Emily Blunt (retornando ao seu  papel de O Diabo Veste Prada) são só algumas das inúmeras participações especiais do longa. Até mesmo Lady Gaga e Katy Perry gravaram cenas, mas foram cortadas na hora da edição final, e só aparecem nos extras do DVD.


Com uma narrativa animada e bem desenvolvida, o filme traz os Muppets ao mundo moderno sem  esquecer de seus elementos principais, com as costumeiras músicas e piadas, em um filme divertido e capaz de agradar a todos os públicos. O longa foi bem nas bilheterias, venceu o Oscar de Melhor Canção Original (com a música 'Man or Muppet', que concorria com a de Rio) e já garantiu uma sequência cinematográfica com previsão de estreia no próximo ano. Para a alegria dos antigos e novos fãs, ficamos na espera por novas aventuras das marionetes que nunca deveriam ter sido esquecidas.

terça-feira, 20 de março de 2012

O Chocante Final de The Walking Dead

Ontem (20), o canal FOX exibiu o aguardado season finale da segunda temporada da série sobre o apocalipse zumbi, que contou com 13 episódios no total. No AMC, canal pago americano, o programa  registrou a maior audiência da sua história desde seu início em 2010. Fazendo jus à tamanho sucesso, The Walking Dead despediu-se de seus fãs de forma sombria e impactante.



















(spoilers abaixo)


Foram 43 minutos de tensão. Começando imediatamente do ponto em que o episódio anterior terminou, vemos Carl e Rick voltando para a fazenda após a morte de Shane, enquanto os outros sobreviventes se perguntam sobre o paradeiro dos dois. Como era esperado, a fazenda logo é invadida pela horda de zumbis que se encontrava na floresta, e a 'zumbificina' tem início. Em um dos melhores momentos da série até hoje, as cenas de ação são muito bem dirigidas, e é quase impossível não ficar apreensivo à cada walker que aparece na tela, sempre com a sensação de que nenhum personagem está a salvo. Durante cerca de 10 minutos,  o pânico é instaurado de forma exponencial, enquanto acompanhamos massacres, jorros de sangue, e mais uma vez percebemos a fragilidade do grupo humano frente ao cruel ataque dos zumbis. Ao fim da primeira parte do episódio, Jimmy e Patricia morrem, e Andrea, sozinha, é deixada para trás.


Depois da aterrorizante fuga da fazenda, os sobreviventes remanescentes, mais uma vez inseguros, perdidos e desesperançosos, se encontram na mesma estrada de 13 episódios atrás. Aqui, o episódio deixa a ação um pouco de lado e começa a definir os rumos a serem tomados na próxima temporada. A fazenda ficou no passado, e a penitenciária mostrada ao fim do episódio provavelmente será a nova base dos sobreviventes. Rick finalmente se afirma como o líder do grupo, declarando que agora ''não tem mais democracia'', todos devem seguir as regras para continuar vivos. E, por fim, para alegria de muitos fãs da história em quadrinhos em que a série é baseada, conhecemos a misteriosa e promissora personagem Michonne, que salva Andrea na floresta.


Além de tudo isso, o segredo que Jenner, o cientista do CDC, contou a Rick no (fraco) final da temporada passada finalmente é revelado: todos os seres humanos já estão infectados por aquilo que está causando a pandemia. Sendo mordida ou não, qualquer pessoa que falecer naquele lugar eventualmente será transformada.


Apesar de The Walking Dead ainda apresentar erros que prejudicam a evolução da série, com  alguns diálogos monótonos e desnecessários, e personagens mal construídos que irritam à qualquer espectador (morre logo, Lori), é visível a melhora da série em relação à primeira temporada. Principalmente nesta reta final, TWD soube aproveitar as surpresas e a dinâmica de seu roteiro, construindo um ótimo clímax para o último episódio, que fechou com chave de ouro o segundo ano do programa. Agora, resta-nos esperar longos meses até outubro de 2012, quando a série retorna com sua terceira temporada. Fique ligado no Blog Serinema para novas informações!

Obs: Incrível como todos os personagens de The Walking Dead tem a mira perfeita. Nenhuma bala foi desperdiçada neste season finale !

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dica Serinema: Pulp Fiction


A Dica Serinema desta semana fala sobre um dos maiores clássicos da história do cinema e indicado à sete categorias no Oscar. Pulp Fiction - Tempo de Violência marcou a década de 90 e foi responsável por fazer Hollywood e milhões de pessoas repensarem o conceito de cinema de qualidade. 


                                                                                                                                                    
Você provavelmente já viu alguma foto, estampa de camisa ou citação de algum dos dois personagens acima.  Eles são Vincent Vega e Jules Winnfield, dois mafiosos assassinos que trabalham para um poderoso gângster nos Estados Unidos. Além desta, Pulp Fiction ainda conta a história de um boxeador corrupto, que também está envolvido com o tal gângster, e a história de dois ladrões. O enredo do filme poderia ser igual ao de qualquer outro, não fosse a fabulosa estrutura narrativa em que ele é desenvolvido. 


Com uma montagem impecável e um roteiro genial, as três histórias são contadas simultaneamente de forma não-linear, cada uma em um tempo cronológico diferente, mas que acabam por se entrelaçar ao longo do filme.  O início faz parte do fim, personagens morrem no meio do filme e continuam por aparecer em outra história... tudo é muito bem amarrado, sem deixar nenhuma ponta solta. Trocando a ordem de algumas cenas, o longa diverte e obriga o espectador a prestar atenção em cada detalhe dos acontecimentos, visto que mais tarde será mostrado o motivo de um personagem estar vestindo uma roupa diferente, porque algo aconteceu de tal forma etc.


Outro ponto forte do filme são os inúmeros e memoráveis diálogos presentes em todas as histórias, que mostram pontos de vistas interessantes sobre diversos assuntos. A violência recorrente, o uso de drogas e a linguagem afiada dos personagens, complementados por uma alta dose de humor negro, contribuem para a construção do cenário sujo do filme, e mostram o submundo do crime de forma real e explícita. O elenco excepcional, composto por Bruce Willis, John Travolta, Uma Thurman e Samuel L. Jackson entrega atuações fantásticas, com destaque para a dupla Travolta e Jackson, muito bem entrosada. Por fim, mas não menos importante, deve-se lembrar também da ótima trilha sonora do filme, repleto de músicas clássicas que só deixam o longa mais divertido.

                                                                              
Pulp é a segunda obra do consagrado diretor americano Quentin Tarantino, e para muitas pessoas, o seu melhor filme até hoje. Sem dúvidas, foi o grande responsável pelo sucesso do longa, dirigindo-o, roteirizando-o (venceu o Oscar e a Palma de Ouro de Melhor Roteiro Original) e até atuando, como Jimmy, marido de Bonnie. Todavia, apesar do reconhecimento e do sucesso, o caminho de Tarantino não foi fácil: após muitos estúdios recusarem seu roteiro, o diretor conseguiu assinar com a produtora independentente Miramax, na época recém-comprada pela Disney, e produziu o filme com simples oito milhões e meio de dólares. Com mais de cem milhões arrecadados nas bilheterias mundiais posteriormente, o diretor lembrou Hollywood que não são precisos orçamentos extravagantes para se fazer um bom filme. Basta uma boa história.


O filme foi eternizado pelo seus diálogos e cenas marcantes, além de ser um ícone cinematográfico da cultura pop.  Já recebeu diversas homenagens e paródias, como das séries House e Community, e só não recebeu mais prêmios pois competiu com o também ótimo Forrest Gump, lançado no mesmo ano(1994). Já Tarantino, que após Pulp Fiction também foi responsável por Kill Bill, Bastardos Inglórios, dentre outros, agora trabalha em seu novo projeto, Django Unchained, que estreia no final do ano. Esperemos mais surpresas de um dos maiores diretores da atualidade.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Dica Serinema: Hawaii 5-0


A partir de agora, o Blog Serinema postará semanalmente recomendações de séries ou filmes que tenham chamado a atenção do Blog, ou que sejam pouco conhecidos pela maioria. Para estrear a nova coluna, tem a ótima série Hawaii Five-0.



                                                                                                                                                                               
Hawaii 5-0 é a refilmagem de um famoso seriado americano que foi ao ar entre 1968 e 1980. Atualmente em sua segunda temporada nos EUA, exibido pela emissora CBS, o drama policial vem sendo constantemente elogiado por crítica e público, apresentando bons números de audiência. Foi considerado uma das melhores estreias da Fall Season do ano de 2010, vencendo o People's Choice Awards na categoria Melhor Novo Drama. Estrelada por Alex O'Loughlin (Three Rivers), Scott Caan, Daniel Dae Kim (Lost) e Grace Park (Battlestar Galactica), a série mostra a história de quatro policiais que combatem o crime no Havaí, assim como a tentativa de um dos personagens de desvendar os mistérios por trás da morte de seu pai.


Aparentemente com uma temática simples, e apesar da tranquila imagem do post, a série surpreende pelas intensas cenas de ação, que ocorrem em grande quantidade durante todos os episódios, em helicópteros, navios, na selva, em grandes perseguições policiais etc. Com um elenco entrosadíssimo, com destaque para a dupla vivida pelos atores Alex O'Loughlin e Scott Caan, que juntos são responsáveis por cômicas discussões e muitas brigas, a série também conta com casos semanais interessantes e cheios de reviravoltas, que te prendem até o fim do episódio. Não bastasse isso, o programa também possui uma das mais legais músicas de abertura de todos os tempos, e você provavelmente já a ouviu alguma vez em sua vida.





É verdade que o seriado possui alguns momentos 'fanfarrões', ao melhor estilo 'Velozes e Furiosos', com cenas de ação um pouco exageradas e lutas de altíssimo nível que poderiam ser resolvidas com um simples tiro. Mas nada que chegue perto de tirar o brilho, pelo contrário, só deixam o programa ainda mais emocionante. Também é importante destacar as belíssimas paisagens paradisíacas do Havaí, que são mostradas inúmeras vezes durante os episódios e principalmente em seu início. A cultura e os costumes do lugar são extremamente valorizados, e mostra que o estado não vive só de surf e turismo. 


Por isso, se você curte praia, investigações e sente falta de 24 Horas ou algo do tipo, não faltam motivos para assitir Hawaii 5-0. E com tantas novas séries fracas que andaram estreiando por aí, é vício na certa.


Hawaii 5-0 é exibido aqui no Brasil pelo Canal LIV, toda quarta, às 22h, e nas madrugadas de terça-feira, na Rede Globo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Dublagem Imposta na TV Paga Brasileira

Nesta nova postagem, o Blog Serinema deixa um pouco de lado as séries e filmes para falar sobre um assunto mais sério, que vem chamando a atenção de muito assinantes da TV à cabo: a imposição da dublagem por padrão na grande maioria dos canais.

















A TV paga brasileira oferece uma maior quantidade de canais do que a TV aberta, com conteúdos diversos para todos os gostos: séries, filmes, esportes, desenhos animados, músicas etc. Estes canais, em grande parte os de filmes e séries, tem o dever de disponibilizar para seus assinantes todas as formas possíveis de exibição dos conteúdos: dublado ou com o áudio original e legendas, deixando à critério do espectador escolher o modo que melhor lhe convenha assisti-los.


Pode parecer estranho para alguns leitores, mas pesquisas apontam que relativa maioria da população prefere assistir a conteúdo dublados do que legendados, por alegar que a legenda tira a atenção do que está sendo exibido, por não querer tirar o emprego dos dubladores ou até pela simples preguiça de ler. Também já foi comprovado que a grande maioria das classes média e baixa, que cada vez mais assinam pacotes da TV à cabo, preferem os conteúdos dublados. Este fator vem contribuindo consideravelmente para um aumento dos programas traduzidos para o português, pois o número de assinantes pertencentes a estas classes é cada vez maior.


A preferência pelo conteúdo dublado não deve ser menosprezada ou criticada, visto que é algo muito pessoal. O que entra em questão aqui é o direito do assinante da TV paga em poder escolher o modelo que quiser. Os canais fechados, pelo fato de serem pagos, tem a obrigação de disponibilizar para seus clientes o conteúdo com áudio original e legendas, assim como conteúdos dublados, sempre que for possível.  É um direito garantido no ato da assinatura da TV à cabo. Entretanto, como o áudio em português vem gerando mais lucro, muitos canais já exibem, ou estão começando a exibir, sua programação quase inteiramente dublada, um completo desrespeito com o consumidor que paga por um serviço volátil e de qualidade.




























A TNT e o Telecine Pipoca, canais com programas completamente dublados, por exemplo, lideram o ranking dos mais assistidos da TV paga. Em 2007, a Fox resolveu dublar toda a sua programação repentinamente, não oferecendo alternativas ao seu espectador.  FX, Sony Spin, MegaSpace e LIV também já estão dublados, sem outras opções e, para completar, o AXN e a Sony já anunciaram que todas as novas séries do canal este ano estarão, muito provavelmente, somente com o áudio em português. As exceções ficam por conta do Universal Channel, que somente dublará sua programação quando puder oferecer a possibilidade de escolha ao consumidor; a Warner, ainda quase completamente legendada; e alguns outros poucos canais, que disponibilizam todas as opções disponíveis. É interessante notar ainda que alguns destes canais, como o Telecine Pipoca, até fornecem o áudio original e  o dublado, mas não disponibilizam a legenda, frustrando a expectativa de muitos clientes.


Com a imposição da dublagem por padrão, e sem as opções de áudio original e legendas, as emissoras ignoram seu compromisso para com o consumidor e optam por tentar atrair mais espectadores através da programação dublada. Falta investimento em tecnologia para conseguir atender as demandas dos espectadores, e falta respeito e comprometimento com o assinante. Dito isso, o download de séries e filmes, tão contrariado pelos canais de TV , nunca pareceu tão apropriado.


Pelo direito de escolha do consumidor, o blog Ligado em Série, junto com a Sociedade dos Blogs de Séries criou o movimento "DUBLADO SEM OPÇÃO, NÃO!''. Neste movimento, todos podem assinar a petição pública que será enviada às principais operadoras de TV, aos canais infratores e à ''ABTA - Associação Brasileira de TV por Assinatura'' a fim de que algo seja feito em prol daqueles que querem ter a opção de escolha ao assistir televisão. Clique aqui, assine a petição participe desta luta!