A série Sherlock, criada por Steven
Moffat e Mark Gatiss, roteiristas da aclamada e também britânica série Doctor Who, traz a famosa
história de Sherlock Holmes para a contemporaneidade, adaptando e modificando
alguns dos contos criados por Sir Artur Conan Doyle, criador do personagem, em
1887. Na Londres atual, mais precisamente na famosa rua Baker
Street, Holmes e o seu conhecido companheiro John Watson trabalham como
consultores detetives, ajudando cidadãos e até mesmo a Scotland Yard, polícia
local, na resolução de alguns mistérios e crimes intrigantes.
Apesar das grandes
mudanças feitas em relação aos contos originais, com todo o acervo tecnológico
dos dias de hoje (carros, computadores, celulares) que ajudam na investigação
dos casos, muitas características da obra original foram conservadas, como o
vilão Moriarty, o apartamento 221B em que vivem os personagens, e as próprias
histórias, como o Cão dos Baskerville e O Problema
Final, que sofreram algumas alterações em seus enredos e ganharam
contornos mais modernos.
O sucesso da série
pode ser atribuído principalmente ao seu roteiro brilhante, profundo e
imprevisível, que nos leva para dentro da mente de Holmes e nos mostra toda sua
engenhosidade para desvendar desde pequenas particularidades até crimes
hediondos. A edição e a trilha sonora também se sobressaem, mas o que chama a
atenção de fato é a atuação da dupla protagonista. Pouco conhecidos por aqui,
Benedict Cumberbatch (Sherlock) e Martin Freeman (Watson) estão excelentes em
seus papéis, interpretando de forma extremamente eficaz e dando novos ares aos
famosos personagens. O destaque é maior para Cumberbatch, que atua com maestria
apresentando toda a sagacidade e inteligência de Sherlock Holmes. Vale lembrar ainda que, além de estarem juntos na série, a dupla de atores também estará
presente em O
Hobbit, com Freeman no papel do protagonista
Bilbo Bolseiro, e Cumberbatch emprestando sua voz ao dragão Smaug.
A série vem sendo constantemente elogiada pelos fãs mais antigos do detetive, que andaram um pouco descontentes com as recentes adaptações cinematográficas do personagem, em 2009 e 2012. Segundo grande parte destes fãs, o programa vem mostrando um lado mais íntimo e inteligente de Sherlock, ao contrário do perfil extravagante e aventureiro apresentado nos cinemas.
O programa é transmitida pela BBC inglesa
e já teve duas temporadas, ambas com três (sim, somente três) episódios de uma
hora e meia de duração para cada. Pode parecer estranho para aqueles acostumados com os padrões americanos com dezenas de episódios por temporada, mas a
pequena quantidade exibida evita o desgaste criativo dos roteiristas, e assim
só aumenta a qualidade da série. Além disso, a longa duração de cada episódio em momento algum deixa a série
arrastada ou entediante; pelo contrário, é muito bem aproveitada pelo ágil
e surpreendente roteiro.
Por fim, além das inúmeras qualidades da
própria série, Sherlock também é interessante pelo simples motivo
de ser uma série britânica, que foge de alguns exaustivos padrões, valores e
até cenários americanos, visto que a série faz um belo tour por Londres. Vale a pena conferir.
Sherlock é exibida pelo canal pago BBC
Brasil, que chegou há pouco tempo no Brasil e só está disponível para algumas
emissoras.